terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Poemário 2017



Pequeno poema meu inserido no Poemário 2017:

A Marca



O tempo tem a sua singularidade,

Passa incólume marcando a sua passagem.

Também tu marcaste a minha vida,

Pois a tua beleza e ingenuidade

Fez desabrochar um novo ser,

Que, agora, tudo tem a ganhar

E nada mais tem a perder!

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Nova coletânea

Aqui fica a capa da última coletânea em que participei, com o pequeno conto  a seguir transcrito:


O tempo pode mudar, mas a amizade deve permanecer.


Havia duas crianças que eram muito amigas, podemos dizer que eram os melhores amigos que qualquer pessoa poderia ter.

Cresceram juntos e tudo corria bem, pois viviam à margem do mundo, numa pequena aldeia perdida na floresta, onde os preconceitos não existiam. Viviam o dia a dia, sem vaidades nem egoísmos. Um era branco e o outro era negro, mas tirando a cor da pele, em tudo se assemelhavam, já que tinham os mesmos gostos e partilhavam das mesmas ideias.

Certo dia, por uma ninharia qualquer, os dois amigos zangaram-se. O rapaz branco explicava:

_Toda a gente sabe que o frio é causado pela passagem da lua cheia à lua nova!

_ Onde ouviste tal estupidez! Toda a gente sabe que o frio é causado pela passagem da lua nova à lua cheia!_ retorquiu o rapaz negro.

A discussão estava cada vez mais acesa e ninguém os conseguia convencer do contrário. Começaram por virar as costas um ao outro, afastando-se um do outro dia após dia. Chegaram ao ponto de começarem a insultar-se e foi então que, sabendo que essa conduta não era apropriada, mas não querendo dar o braço a torcer, decidiram consultar o sábio da aldeia para ver qual dos dois tinha razão.

Abeiraram-se respeitosamente do sábio e expuseram a sua questão.

O sábio refletiu durante algum tempo e por fim respondeu:

_ O frio pode surgir em qualquer fase da lua, seja na passagem da lua nova para a lua cheia ou na da lua cheia para a lua nova. Na verdade, o frio é trazido pelo vento quando este sopra do norte, de leste ou de oeste. Assim sendo, ambos têm razão e nenhum dos dois ganhou ou perdeu. O mais importante na vida é de nos mantermos unidos, procurando viver cada dia sem discussões ou zangas. O tempo pode mudar, mas a amizade deve permanecer.

Após ouvir as sapientíssimas palavras, os dois amigos despediram-se do sábio envergonhados  e ambos juraram que, a partir desse dia, nada mais se iria intrometer entre a amizade que os unia.


sábado, 24 de setembro de 2016

Amor de irmãos

Fica aqui o conto publicado na coletânea «Arte pela escrita oito»:


Amor de irmãos

Era uma vez um homem e uma mulher, que viviam com os seus dois filhos, uma menina e um menino, numa pequena casa no meio de nenhures.

Recentemente, a sua filha havia mudado. A criança brilhante e alegre tornou-se taciturna, retraída. Ela já não falava, não ria, não se sentia feliz ao pentear o seu longo cabelo louro, que quando emaranhado cobria o seu lindo rosto e escondia os seus belos olhos azuis. Isto entristecia os seus pais, que não conseguiam encontrar um remédio para fazê-la voltar a  sorrir e a falar novamente.

Certa manhã, eles encontraram um velho livro abandonado à porta da casa, mas que estava fechado com um cadeado. Passaram os sete dias seguintes a tentar abri-lo, mas sempre em vão. Até que no sétimo dia encontraram uma pequena chave em cima da mesa da cozinha.

O filho logo exclamou:

- Deve ser a chave do livro velho!

Ele correu imediatamente com a chave na mão para abrir o cadeado do livro e este, como por magia, abriu-se numa página onde se podia ler: ". Quando uma pessoa perde o sorriso e a alegria de viver, apenas uma jornada para além dos mares a pode curar"

O irmão decide levar a sua irmã para o mar. Mas primeiro tinha que atravessar um deserto. Provisões e garrafas de água são embalados e armazenadas no jipe da família.

Uma tempestade de areia obriga-os a parar. Quando o céu volta a ficar claro, eles não reconhecem o caminho. Nem um único arbusto, nem um único oásis no horizonte. Eles estão perdidos! Os alimentos e a água começam a escassear. De seguida, o carro fica sem combustível.

Em pânico, o irmão decide deixar a sua irmã muito enfraquecida sob uma lona, fora do carro, para ir a pé pedir ajuda. Areia, nada mais além de areia, é o que o rodeia. Um grande medo apodera-se dele e um turbilhão de lágrimas teima em se abeirar dos seus olhos. De repente, ele julga avistar um vulto escuro a mover-se na crista de uma duna. "Uma miragem", pensa ele. Mas logo surge um homem com uns olhos negros ao seu lado, usando um turbante azul.

- Por favor, ajude-me. Preciso de água e comida para a minha irmã que está doente._ diz o jovem rapaz.

- Eu posso conseguir isso _ respondeu o homem_ mas de seguida, como forma de pagamento, terá de enfrentar o terrível Mestre do deserto.

O irmão tem pouca escolha, por isso concorda.

Imediatamente uma fonte brota a seus pés, formando uma lagoa com alguns peixes nadando na água clara. Espantado o rapaz vira-se para agradecer, mas já está sozinho: o misterioso homem tinha desaparecido.

Ele sacia a sua sede, enche uma cabaça e parte para junto de sua irmã.

Mas eis que no caminho de regresso surge à sua frente um esplêndido leão. "Eu sou o mestre do deserto. Como ousa beber da minha fonte?" Aterrorizado, o jovem balbucia:

_ Desculpa grande Mestre, apenas quero saciar a sede de minha irmã que está doente. Faço tudo o que pedires, mas deixa-me salvá-la.

_ O que podes tu fazer por mim?_ retorquiu o magnífico animal.

Nisto o rapaz enchendo-se de coragem declara:

_Posso ser o teu fiel amigo e a alegria da minha irmã pode animar os teus dias. Juntos podemos tornar os teus dias melhores.

O leão tinha pouco a perder e a coragem do jovem tinha-lhe tocado o coração. Decidiu deixá-lo partir e segui-lo de longe.

Ao chegar perto da irmã, o jovem rapaz estendeu-lhe o cantil. A jovem bebeu, mas algumas gotas caíram na areia. De repente, uma lagoa começa a formar-se e novamente peixes surgem nas águas claras. Estupefacta, a menina olha para a água, senta-se na margem e apanha uma concha. Ela encosta-a ao seu ouvido e um sorriso ilumina o seu rosto.

_Olha_ diz ela para o irmão_ ouvir esta música é maravilhosa!

 Ela ri, canta, dança, corre na praia. Uma alegria invade o jovem rapaz e ao longe o leão presencia a cena. Nada mais belo do que o amor de irmãos!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Reconhecimento público como escritora

Reconhecimento público pelo Agrupamento de Escolas Padre José Augusto da Fonseca e pela Câmara Municipal de Aguiar da Beira