terça-feira, 26 de outubro de 2010

Poema

Vida...

Deambulando pelas minhas memórias, 
Perdi-me sozinha no emarenhar do tempo, 
Nessas teias que dificultam as histórias 
E que se destroem levadas pelo vento. 

Vento malévolo que levas minha vida! 
Desta forma arruinas meus belos pensamentos, 
Entregando-me inerte à tristeza dorida 
De quem já não consegue viver tais tormentos. 

Tormentos que se lêem nas caras sofridas 
Das crianças e dos homens sem alimento, 
Por culpa da ganância tão desmedida 
De quem governa os outros sem sentimento!

terça-feira, 6 de julho de 2010

"Prazer de Escrever"

Para Todo o Sempre 

O Poeta morre, 
mas não cessa de escrever. 

Enquanto escreve, 
vive
ressuscitando fugidias horas 
mudadas em auroras... 

Uma pequenina flor, 
pisada por quem passa, 
é agora 
um milagre de cor, 
uma negaça 
de mil desejos... 

E os beijos 
que nunca foram dados, 
tornados tão reais... 

Aquela borboleta 
arrasta 
infindas primaveras 
no seu voo fremente… 

- Uma palavra mais, 
Poeta! 
Uma palavra quente! 
Uma palavra para todo o sempre! 

Saúl Dias, in "Essência"