terça-feira, 6 de julho de 2010

"Prazer de Escrever"

Para Todo o Sempre 

O Poeta morre, 
mas não cessa de escrever. 

Enquanto escreve, 
vive
ressuscitando fugidias horas 
mudadas em auroras... 

Uma pequenina flor, 
pisada por quem passa, 
é agora 
um milagre de cor, 
uma negaça 
de mil desejos... 

E os beijos 
que nunca foram dados, 
tornados tão reais... 

Aquela borboleta 
arrasta 
infindas primaveras 
no seu voo fremente… 

- Uma palavra mais, 
Poeta! 
Uma palavra quente! 
Uma palavra para todo o sempre! 

Saúl Dias, in "Essência"