sábado, 13 de setembro de 2025

Os benefícios da leitura

 

Os benefícios da leitura

Nenhum escritor gosta de escrever sem antes gostar de ler. A leitura é o ponto de partida da escrita e de qualquer forma de expressão mais elaborada. Ler alimenta a imaginação, amplia o vocabulário e oferece modelos de linguagem e de pensamento que inspiram novas criações. Além de ser essencial para quem escreve, a leitura é uma atividade fundamental para o desenvolvimento humano, pois contribui para a formação intelectual, emocional e social dos indivíduos. Mais do que apenas decifrar palavras, ler é compreender, interpretar e atribuir sentido ao mundo que nos rodeia. Quando praticada com regularidade, a leitura traz inúmeros benefícios que se refletem no desempenho escolar, na capacidade de comunicação, na criatividade e no fortalecimento do pensamento crítico.

Do ponto de vista cognitivo, a leitura estimula diversas áreas do cérebro relacionadas à linguagem, memória e atenção. Ao ler, o cérebro cria novas ligações neurais e fortalece as já existentes, o que melhora a plasticidade cerebral e amplia a capacidade de aprendizagem. Além disso, os leitores frequentes desenvolvem um vocabulário mais rico e uma maior facilidade para compreender textos complexos, argumentar e resolver problemas.

A leitura também traz benefícios emocionais e sociais. As obras literárias, por exemplo, permitem ao leitor colocar-se no lugar das personagens, reconhecendo e compreendendo diferentes emoções e pontos de vista. Esse processo favorece o desenvolvimento da empatia, do respeito à diversidade e da tolerância. Ler pode ainda aproximar as pessoas, fortalecendo laços familiares e comunitários e promovendo a participação social.

No contexto educacional, a leitura é um elemento central. Ela possibilita que os alunos compreendam e analisem informações, participem em debates e exerçam a sua cidadania de forma consciente. Os programas de incentivo à leitura desenvolvidos nas bibliotecas escolares têm mostrado resultados positivos no rendimento académico e no envolvimento social dos jovens. Por isso, estimular o hábito da leitura desde a infância é essencial para formar cidadãos críticos, criativos e participativos.

Em suma, a leitura é um instrumento poderoso de transformação pessoal e social. Ela contribui para o desenvolvimento cognitivo, fortalece as competências socioemocionais e promove uma sociedade mais informada e solidária. Investir no acesso à leitura e incentivar esse hábito são passos fundamentais para construir um futuro mais justo e consciente para todos.



sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Conto "O Banco da Memória" in Quem conta um conto... Antologia de Contos, da editora Notag

 



Deixo aqui um pequeno trecho do conto que publiquei nesta antologia como sugestão de leitura:

«Na vila serena de Aguiar da Beira, onde os dias escorriam lentos ao compasso dos sinos da igreja e os pardais pareciam murmurar segredos ao vento, erguia-se um banco de jardim discreto, mas fiel testemunha do passar do tempo. Feito de madeira gasta e tinta descascada pelo sol e pela chuva, as pessoas gostavam de aí descansar, sob a sombra acolhedora de um velho plátano. Aquele era o trono diário do senhor Manuel, um ancião de setenta e nove primaveras, sempre de chapéu castanho pousado como uma coroa na cabeça, e com um jornal dobrado, mais por hábito do que por leitura.

Os jovens passavam por ele com pressa, os olhos mergulhados nos ecrãs e os ouvidos abafados pelos auscultadores. Os idosos, muitos já desaparecidos ou encerrados nas suas casas, eram memórias ambulantes que raramente se deixavam ver. Manuel estava só, mas a solidão não lhe pesava. Observava o mundo em silêncio, escutava o rumor do tempo e, sobretudo, recordava. Cada folha caída trazia-lhe de volta um rosto, uma voz, uma rua que já não existia senão na sua memória.

Numa manhã dourada de outono, Carolina, uma rapariga de catorze anos de olhos curiosos e passos leves, interrompeu a rotina. Ia a caminho da escola, como sempre, mas nesse dia algo a fez parar: talvez a forma como o sol repousava sobre o velho chapéu, ou o semblante sereno de quem guarda segredos ancestrais. Sentou-se no banco, respeitando a distância, e lançou um tímido "bom dia".

O senhor Manuel ergueu os olhos, surpreso, e respondeu com um aceno e um sorriso que parecia conter uma história inteira. O silêncio entre ambos durou alguns instantes, entreolharam-se como dois viajantes que se encontram em margens opostas do mesmo rio. Carolina, levada por um impulso inexplicável, perguntou:

— Gosta de ler o jornal?

Ele pousou os olhos sobre o papel, como se o visse pela primeira vez, com a estranheza de quem reconhece algo que já não lhe pertence inteiramente.

— Leio menos do que recordo, menina. Há verdades que os jornais jamais saberão narrar.

Carolina franziu o sobrolho, inclinou ligeiramente a cabeça, curiosa:

— Como quais?

O senhor Manuel encostou-se ao encosto do banco, cruzou as mãos sobre o jornal e deixou escapar um leve suspiro, como se estivesse a abrir uma arca antiga.

— Como o cheiro a pão quente que saía da padaria do senhor Amândio, às cinco da manhã. Nenhum jornal alguma vez escreveu sobre isso, mas era esse cheiro que anunciava o dia à vila, muito antes do sino da igreja. Ou a forma como a minha mãe assobiava sempre que pendurava a roupa — não era uma melodia conhecida, era só dela. No entanto, naquele assobio cabia o mundo inteiro.»

(continua...)

Para aquisição da antologia, aqui deixo o link da editora:

Notag - Edição de Livros de Autor


terça-feira, 2 de setembro de 2025

"Amor traiçoeiro", de António Carvalho, no livro _Porto, uma cidade com alma.

 

Destaco aqui outro conto da coletânea Porto, uma cidade com alma, da Chiado books


Amor traiçoeiro

 

Chegado à Ribeira do Porto, lá estava ela toda lustrosa e sorridente, à sua espera, na borda do cais dos Guindais. Eva assim costumava proceder, duas ou três vezes por semana, logo que divisasse o barco de Abel, ao longe, carregado de carqueja ou carvão de choça.

Eva agenciava as carquejeiras que Abel lhe solicitava, as quais carregavam, desde os Guindais até à cota alta da cidade, penosamente, pela calçada da Corticeira acima, feixes de carqueja de duas ou três arrobas, mais volumosos que o seu próprio corpo.

Abel, em 1944, era um fornecedor de carqueja, lenhas de diversa natureza, madeiras e carvão de choça, à cidade do Porto. Conquanto houvesse já uma estrada de ligação entre a sua freguesia de Emendadas e a cidade, continuava a ser economicamente mais favorável o transporte dessa matéria prima, por barco, especialmente quando provinha da área florestal marginal ao rio. Era um barco de carga, algo semelhante ao rabelo, o qual se designava por rabão.

Em 19 de Junho desse ano, Abel, então com 44 anos, fazia mais uma das suas inúmeras viagens, entre a sua freguesia de Emendadas e a cidade do Porto, empoleirado na proa do seu rabão. Governavam a embarcação três tripulantes. Um deles, o que se encarregava da espadela, mais velho, por isso mais afoito, espicaçou Abel, ultimamente muito introvertido e tristonho:

- Ó Ti Abel, você vai aí a cismar… não cisme homem! Quando chegar ao Porto, lá tem a carquejeira à sua espera !

Abel, olhando à consideração que tinha por aquele tripulante, aceitou-lhe a ousadia, coisa que não aceitaria de nenhum dos outros, porém, achou dever corrigi-lo, nestes termos:

-Sabes Delfim, desde que me morreu a minha, só penso nos meus dois filhinhos órfãos de mãe, cuidados por tias. E a Eva não é nenhuma carquejeira, até é uma senhora muito bem posta.

Abel, na verdade, desde que lhe morrera a esposa, do parto distócico do segundo filho, intermediava a sua solidão com noites de encantamento desabrido nos braços da espevitada Eva, numa casinha que tinha numa ilha das Fontainhas. Por isso não tinha gostado que Delfim a apodasse de carquejeira, mulher pobre, sem eira nem beira. Eva não era nenhuma carrejona, sabia ler, escrever e apontar, num livrinho de capas pretas, as cargas que cada carquejeira transportava. Ademais, alfaiava-se como uma senhora da cidade, no modo como se vestia e calçava e até como empinava o nariz.

Chegado ao Porto, Abel, logo que o seu rabão encostou ao cais, saiu borda fora, ao encontro de Eva que o esperava ansiosa. Nos últimos minutos que precederam o seu desembarque tinha feito as últimas recomendações ao Delfim, enquanto dava uns retoques no cabelo desalinhado pela brisa do rio, guiado por um pequeno espelho redondo que ultimamente trazia sempre consigo, no bolso do casaco de onde tirara o pente. Seguiram ambos de braço dado, na direção da estação de S. Bento, parando junto de um dos engraxadores que pregoavam o seu serviço em clara competição. Abel, desde que enviuvara, tornara-se mais vaidoso, e não entrava na casa de Eva sem dar aos sapatos uma cara nova.

Cuidadosamente escondidos no forro do casaco, levava quinze contos, para sinalizar um grande negócio de lenha em Avintes. Esperá-lo-ia, no dia seguinte, o vendedor, na freguesia do outro lado do rio, alguns quilómetros a montante do Porto. Seria o maior negócio de sempre, o mais rendoso de todos, para Abel, se se consumasse.

Tinham dado a volta por S. Bento, Rua de S. António e Praça da Batalha, numa estratégia engendrada por Eva, visando conseguir de Abel a oferta de alguma peça da moda. Mas Abel, que trazia o dinheiro contado para o negócio, resistiu à tentação. Ademais precisava de lhe juntar tanto quanto o que trazia para perfazer a quantia do sinal estabelecido. Que se contivesse, porque se o negócio lhe corresse bem, nada lhe faltaria.

Eva não era de desistir à primeira recusa. Havia de o tentar de novo, logo que entrassem na sua modesta mas asseada casinha da ilha. Aí, como quase sempre acontecia, havia de lhe quebrar o bom senso, quando o levasse ao zénite da sofreguidão sexual.

Mal transpuseram a porta da casa, fecharam-na como se fugissem de alguém e logo se sentaram no bordo da cama de ferro, que outro sítio não havia onde ambos coubessem. A casa, uma das que compunham a fileira de sete justapostas, limitava-se ao espaço do quarto separado da acanhada cozinha por um tabique de fasquio.

Eva, abraçada a Abel, achou que aquele era o momento de jogar as cartas todas. Não se lhe entregou plenamente, preferiu conter-lhe a volúpia ao mesmo tempo que, de rádio ligado, criava uma atmosfera festiva dentro do quarto. Enquanto o abraçava sentiu que Abel trazia escondido no forro do casaco uma grande quantidade de papéis que seria, por certo, dinheiro, muito dinheiro. Eva não resistiu a pedir-lhe um aumento da mesada, pois o que lhe vinha a dar não chegava a nada. Abel, olhava à volta, descoroçoado. Afinal, Eva, que ele julgava poder vir a substituir a falecida mãe de seus filhos, só lhe cobiçava o dinheiro. Pior, ela sabia, agora que ele trazia consigo muito dinheiro, aliás, sabia do grande negócio que ele tinha acordado com um lavrador de Avintes…

Não terminara ali, sob o peso da desconfiança, apenas a vontade de uma noite de corpos cruzados. Descruzaram-se em absoluto as vidas de ambos. Abel bateu a porta como se receasse que ela, agora já uma cobra, viesse no seu encalço. Tinha-lhe pago a instalação de telefone em casa e lembrou-se que deveria correr para apanhar a carreira para Avintes, antes que ela telefonasse a algum tratante para o assaltar.

No dia 23 de junho, os jornais  diários do Porto davam conta de que já tinha sido identificado o cadáver encontrado na Praia da Escócia, em Avintes. Era o corpo de Abel morto com um tiro de caçadeira, despojado de identificação e do dinheiro que pretendia levar ao lavrador de Avintes.

 

 


domingo, 24 de agosto de 2025

Conto "A cidade que me escolheu" no livro _Porto, uma cidade com alma_

 

Porto, uma cidade com alma ( em 2 tomos), da Chiadobooks, no qual participei com o conto "A cidade que me escolheu" (tomo I), cuja protagonista tem como nome Ariana.

Pode ser adquirido no site da editora ou na feira do livro do Porto.



segunda-feira, 21 de julho de 2025

Comentários sobre a obra Entre o Hoje e o Amanhã.

 Alguns comentários sobre a obra Entre o Hoje e o Amanhã


Fernanda Coelho
"A perfeição não existe.
Mas podemos ser a cada dia um pouco melhores do que no dia anterior.
Uma palavra, um gesto, um olhar podem fazer a diferença num mundo cada vez mais egocêntrico, narcisista, materialista, esquecido que eu sou ninguém sem os outros e que sou alguém com os outros.
É sempre preciso lembrar palavras, gestos, olhares que revelem bondade, calma, confiança, gratidão e honestidade, os cinco princípios que Agostinha Monteiro - Autora não esquece nunca "

Entre o Hoje e o Amanhã: uma travessia de consciência e esperança

 


Entre o Hoje e o Amanhã: uma travessia de consciência e esperança

Entre o Hoje e o Amanhã, de Agostinha Monteiro, não é apenas um livro para ser lido – é um convite à escuta interior, um diálogo profundo entre o presente e o futuro, entre o que somos e aquilo que poderemos ser. Com a sensibilidade que lhe é característica, a autora propõe uma jornada reflexiva que transcende o tempo cronológico e mergulha nas camadas da existência humana, onde cada gesto do presente constrói, silenciosamente, os alicerces do amanhã.

Do ponto de vista pedagógico, esta obra oferece múltiplas possibilidades de abordagem. É, antes de mais, um excelente ponto de partida para a educação da interioridade, tema cada vez mais urgente numa sociedade marcada pela velocidade, pela dispersão e pela superficialidade. A autora convida o leitor a parar, a contemplar, a questionar. O “hoje” não surge como espaço fechado, mas como chão fértil onde se semeiam intenções, valores, escolhas conscientes. E o “amanhã”, longe de ser uma promessa vaga, torna-se responsabilidade ética: o reflexo de tudo o que se cultiva no tempo presente.

A linguagem poética e simbólica do texto permite ao leitor entrar num ritmo diferente do habitual. A leitura torna-se uma prática meditativa, quase ritual, em que cada palavra transporta densidade e afeto. A autora não oferece respostas prontas – provoca inquietações, e é nessa inquietação que reside a sua força formativa. Para o educador, este livro pode ser trabalhado como instrumento de desenvolvimento emocional e espiritual, em ambientes escolares, comunitários ou terapêuticos.

Num tempo em que a educação tende a privilegiar a produtividade e o desempenho, Entre o Hoje e o Amanhã resgata a importância do ser sobre o ter, do silêncio sobre o ruído, da escuta sobre a imposição. Convida a pensar o futuro não como fatalidade, mas como construção. E isso implica, necessariamente, uma postura ética e atenta no presente.

Em suma, a autora recorda-nos que cada gesto, por mais pequeno que seja, contém em si a possibilidade de transformação e que o verdadeiro amanhã não começa num tempo distante, mas no modo como escolhemos viver o agora.

Agostinha Monteiro

domingo, 29 de junho de 2025

Participação na coletânea «Alma latina- 6», com 3 poemas.

 Mais uma vez, participei com 3poemas na coletânea Alma Latina-6, um espaço dedicado à promoção das línguas e de autores latinos, bem como ao prazer da escrita.

Muito obrigada ao José Maria Ramada pela iniciativa e pela sua dedicação.


«Nesta obra, cada participante – um ser humano sensível – teve a possibilidade de evidenciar a sua individualidade, sem uma temática, importando realçar a diversidade e harmonia do conjunto, numa base comum – línguas de origem latina.
O livro, com 318 páginas, contém trabalhos selecionados de 96 coautores com nascimento e/ou a residir em 19 países com idiomas de origem latina, em três continentes, os quais se expressaram em italiano, francês, romeno, castelhano, galego, além das línguas portuguesa e mirandesa». in LITERATURA: Apresentação da obra Alma Latina, Vol. 6 - Coletânea de Autores Latinos no Mundo. - We Braga



domingo, 8 de junho de 2025

Lançamento do meu 9.º livro: Entre o Hoje e o Amanhã.

 No dia 5 de junho de 2025, pelas 18h, teve lugar, na Escola Secundária Dr. Joaquim Gomes Ferreira Alves, a apresentação do meu novo livro Entre o Hoje e o Amanhã. Foi um momento especial, pleno de afetos e partilhas, que guardarei com ternura na memória.

Com o coração cheio, renovo o meu agradecimento à Senhora Diretora, Anabela Pereira, por ter disponibilizado o espaço e, sobretudo, por ter estado presente, apesar das inúmeras responsabilidades que sempre a acompanham. O seu gesto teve um significado profundo para mim.

Um obrigada muito sentido à Luísa Santos, pela generosidade e delicadeza com que aceitou o convite para apresentar a obra. As suas palavras tocaram-me e deram ainda mais luz a este momento.

À querida Anabela Amaral, a minha gratidão pela sensibilidade da sinopse e, mais ainda, pela sua presença constante, pelo apoio discreto mas firme, e pela orientação que tantas vezes me guiou.

Um agradecimento especial às talentosas Eva Guedes e Sofia Alves, que trouxeram magia através da música, e à Mariana Santos, cuja leitura sentida deu vida às palavras escritas.

Por fim, a todos os que estiveram presentes — obrigada, do fundo do coração. A vossa presença, o vosso carinho e apoio tornaram esta celebração verdadeiramente inesquecível.





Conto "As flores de Alfama", in Lisboa, uma cidade mágica.

 


segunda-feira, 19 de maio de 2025

Ler para entender o mundo: a importância da leitura e da literacia mediática

 

Ler para entender o mundo: a importância da leitura e da literacia mediática

Ler é muito mais do que uma tarefa escolar — é uma viagem. Cada página pode ser uma porta aberta para novas ideias, culturas, histórias e sonhos. Ler ajuda-nos a pensar melhor, a escrever com mais clareza e a falar com mais confiança, mas, mais do que isso, ler ensina-nos a olhar o mundo com olhos mais atentos e curiosos.

Hoje, mais do que nunca, precisamos de leitores que saibam pensar. Vivemos rodeados de informação: nas redes sociais, nas notícias, nos vídeos, nos anúncios que surgem a cada clique. A literacia mediática — a capacidade de perceber como funcionam os meios de comunicação e de distinguir entre o verdadeiro e o falso — tornou-se essencial. Saber ler um texto é importante, mas saber interpretar uma notícia, questionar uma imagem, ou descodificar uma mensagem nas redes sociais é, hoje, uma verdadeira superpoder.

Professores e alunos caminham juntos nesta missão. Aos professores cabe o papel inspirador de guiar, provocar a dúvida, lançar perguntas e abrir caminhos. Aos alunos, o desafio de explorar, de arriscar pensar de forma diferente, de se tornarem leitores atentos e cidadãos conscientes.

Ler com sentido. Ver com espírito crítico. Pensar antes de partilhar. São gestos simples que fazem toda a diferença.

Porque quem lê o mundo... tem mais mundo dentro de si.

terça-feira, 22 de abril de 2025

Percurso literário (biografia e bibliografia)

     Há momentos em que gostamos de partilhar o nosso percurso. A partir de um trabalho realizado pelo meu sobrinho Daniel, partilho aqui a minha biografia e bibliografia mais atualizada.

Agostinha Monteiro nasceu no dia 06 de maio de 1970, na freguesia da Cortiçada, no concelho de Aguiar da Beira. Com apenas um mês, foi para França (Nevers), onde a sua família vivia, e viveu lá até aos 12 anos. Quando regressou a Portugal, frequentou o antigo colégio “Externato Frei Joaquim Rosa Viterbo”. Criança alegre e divertida, nunca descurou a escola e pautou o seu percurso académico pela excelência. Ingressa na Escola Secundária Alves Martins para concluir o ensino secundário.

Inspirada pelo seu professor de Literatura Portuguesa, Gustavo Barosa, candidata-se à Universidade de Coimbra onde se licencia em Línguas e Literaturas Modernas – Variante de Português e Francês. Durante os anos da faculdade vai desenvolvendo o seu gosto pelas línguas e pela escrita, frequentando cadeiras opcionais como Russo ou Estudos Camonianos. Após o estágio que realiza no Liceu D. Duarte, em Coimbra, concorre ao concurso para colocação de professores e fica colocada em Aguiar da Beira durante o ano letivo de 1994/1995. Não dá aulas no antigo colégio, mas sim na nova escola, Padre José Augusto da Fonseca. No ano seguinte dá aulas na escola secundária de Figueiró dos Vinhos e entra no Mestrado de Literaturas Comparadas, na Universidade de Letras de Coimbra. No ano letivo de 1996/1997, decide mudar-se para o Norte. Leciona na E.B.2,3 de Medas (Gondomar) durante 5 anos. Aí orienta estágio de Português e, simultaneamente, candidata-se a um Mestrado em Educação, mais precisamente em Supervisão Pedagógica em Ensino do Português, na Universidade do Minho, o qual conclui com distinção. Durante o último ano do Mestrado beneficia de um ano sabático e nasce a sua primeira filha. Vive o ano sabático em Aguiar da Beira e é, nessa altura, convidada para integrar as listas do PSD como Candidata à Assembleia Municipal, papel que desempenhará de 2002 a 2017, principalmente na qualidade de 2ª secretária. É como membro desse órgão que integrará a CPCJ de Aguiar da Beira de 2002 a 2009.

 Tendo a sua residência em Vila Nova de Gaia, pede destacamento para a E.B,2, 3 da Madalena e no ano seguinte para a E.B.2,3 de Santa Marinha. Nesse ano, nasce o seu segundo filho. Tendo acabado os destacamentos entre concelhos contíguos, vê-se obrigada a lecionar na E.B.2,3 de Rio Tinto, onde acaba voluntariamente por ficar de 2005 a 2017. Para além da docência, vai repartindo a sua atividade profissional pela formação, quer como formadora do IAVE quer como formadora de Centros de Formação de professores, e pela tradução, principalmente no Tribunal Judicial de Vila Nova de Gaia. Em 2017, muda-se para a escola Secundária Dr. Joaquim Ferreira Alves, em Valadares, Vila Nova de Gaia, para estar em casa e dar um melhor acompanhamento aos filhos.


A obra de Agostinha Monteiro

É durante o seu percurso por Rio Tinto que é incentivada pelas colegas a publicar os seus textos. Aconselhada por outras escritoras, estabelece contacto com uma editora local a “Mosaico de Palavras”, por ser uma editora familiar respeitável e com quem vai desenvolver uma genuína amizade.

Em 2010, começa por publicar uma investigação, sobre os processos de escrita e a importância dos articuladores discursivos, realizada durante o seu Mestrado com o título Aprender a Escrever, mecanismos de estruturação textual. Nesta obra, a autora mostra que a produção de um texto coerente não é o dom exclusivo de uma minoria, mas uma capacidade ao alcance de qualquer sujeito alfabetizado a quem sejam propiciadas condições de aprendizagem adequadas. A possibilidade de a escrita ser ensinada / aprendida nas aulas de Português, espaço por excelência deste processo, pressupõe o conhecimento e a mobilização de meios pedagógico-didáticos adaptados ao desenvolvimento da capacidade de expressão escrita. Desta forma, são analisados os mecanismos de estruturação textual, nomeadamente, os elementos e os processos que garantem a coesão e a coerência de um texto em alunos do sétimo ano de escolaridade, aplicando-se uma estratégia de ensino da escrita baseada na facilitação do procedimento com o objetivo de desenvolver a capacidade de escrever.

Nesse mesmo ano, numa escrita mais lúdica, mas memorialista, participa com o conto “Ser Clandestino” na coletânea A Arte pela Escrita Três, conto esse inspirado nas vivências das gentes de Aguiar da Beira, durante as repressões impostas pela ditadura do Estado Novo.

Em 2011, publica a obra Lendas e Histórias de Aguiar da Beira, que mais não é do que uma recolha das lendas e de algumas histórias que povoam o concelho de Aguiar da Beira. Para a sua feitura, contactou os presidentes das juntas de freguesias e as pessoas mais idosas, de forma a permitir a representação de cada freguesia.

Tratando-se de um concelho desde sempre marcadamente rural, com vestígios da presença humana que remontam até ao IV milénio a.C., atravessado por pés de várias civilizações, desde romanos a visigodos e árabes, riscado pelas lutas da Reconquista Cristã e depois pelos ideais medievais, é assim natural que deste cruzamento de modos de viver e pensar tenha resultado um mosaico de lendas e histórias que compõem o imaginário de uma comunidade, revelando os sentimentos da sua cultura, resultado da mistura de tantas. Por isso, nasceram lendas com mouras, soldados, santos e princesas, lobisomens e simples figuras típicas do povo. Todo um acervo oral de lendas e «histórias» que, de certo modo, compunham a ordem do viver coletivo. Esta obra rapidamente esgotou.

Nesse mesmo ano, participa com o texto “O Caminho da Vida” na coletânea Imagens da Nossa Memória, com o poema “Vida” no Prêmio Literário Valdeck Jesus de Almeida Poesia 2010 e com o conto “Uma Questão de Amor” na coletânea A Arte pela Escrita Quatro.

      Em 2012, publica o seu primeiro livro de contos, a que dá o nome de Contos de Esperança. Nesta obra procura envolver o leitor ao longo de seis histórias, nas quais os seus protagonistas se movem na busca de uma felicidade que ultrapassa os limites do individualismo.

Conceição e Linda são crianças de condições sociais absolutamente diferentes, no entanto ambas se tornam mulheres decididas e altruístas, pois entregam, cada uma à sua maneira, as suas vidas a missões de ajuda aos mais desfavorecidos; Neca prova que os obstáculos e as dificuldades da vida são difíceis de ultrapassar, mas que há sempre uma segunda oportunidade para tudo, mesmo para o amor; Lucas, o menino louro de olhos azuis, transforma, milagrosamente, o mundo da guerra num vasto mundo de amor, amizade e fraternidade; Miriam, criança de lindo sorriso, descobre, através da história fantástica que a mãe lhe conta, que a persistência conduz à realização dos sonhos; e, finalmente, a professora de Língua Portuguesa mostra que o amor e a amizade entre os seres que estão próximos são os alicerces necessários para edificar a existência de qualquer ser humano.

A leitura destes contos torna-se comovente, porque, com uma linguagem deliciosamente simples, capaz de desvendar os mais secretos significados da vida, a escritora aponta diretamente à essência da natureza humana e a valores de justiça e de responsabilidade, tão fundamentais como a perseverança, a solidariedade, o amor e a amizade.

      Nesse mesmo ano, participa com um texto de homenagem ao grande escritor brasileiro Jorge Amado intitulado “Jorge Amado” e publicado no  Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus – Homenagem ao Centenário de nascimento de Jorge Amado (1912-2012). Participa também com dois poemas “Inspiração” e “O Coração” na coletânea A Arte pela Escrita Cinco.

De 2013 a 2016, a sua produção literária abranda e mantem apenas a sua parceria com a editora Mosaico de Palavras, produzindo um conto para cada uma das suas coletâneas anuais.  Desta forma, escreve os seguintes contos “Dia fatal”, publicado em 2013, em A Arte pela Escrita Seis; “O teu conhecimento é a tua riqueza” em 2014, publicado em A Arte pela Escrita Sete; Amor de irmãos” em 2015, publicado em A Arte pela Escrita Oito, e “O tempo pode mudar, mas a amizade deve permanecer”, publicado em 2016, na coletânea A Arte pela Escrita Nove.

Apesar de ter uma vida modesta, é convidada para falar da sua escrita na Feira do Livro do Porto e em várias escolas. Já foi homenageada pela Câmara Municipal de Aguiar da Beira no dia do Município, em 2016 .

Em 2017, participa com poemas e um conto em várias coletâneas. Escreve o conto “O tolo e o rouxinol”, publicado em A Arte pela Escrita Dez, e os poemas “A Marca”, publicado em Poemário 2017, Viver em Felicidade”, publicado em Deixa-me ser Poesia e “Amar para Sempre”, publicado na antologia Perdidamente II. 

Devido aos seus múltiplos afazeres profissionais, acumulando a partir de 2017 o de coordenadora de diversos projetos Erasmus+, interrompe as suas produções literárias.

    Mas 2020 muda este interregno e, estando obrigada ao confinamento devido à pandemia da COVID-19, retoma as suas produções literárias. Decide dedicar-se mais à poesia e, desde esse ano, participa, regularmente, em várias antologias poéticas e em coletâneas. Prepara o seu primeiro livro de poesia Dedilhando poesia, que virá a ser publicado em 2021.

Nesse mesmo ano decide dar alguns «retoques» em alguns contos já publicados e faz a sua tradução para francês e inglês. Assim nasce o seu segundo livro de contos, numa edição trilingue, Contos fabulásticos, que acabará por ser publicado em 2022. Este será também o ano da publicação do seu segundo livro de poesia Vidas em devir, numa edição bilingue.

Em 2023 e 2024 abraça um novo desafio, da editora Artelogy, e escreve dois contos infantojuvenis O Quarteto Det do Colégio Invicta- o caso dos lanches desaparecidos e O fenómeno das flores inodoras respetivamente.

Em súmula, Agostinha Monteiro é uma escritora aguiarense, com amor profundo a Vila Nova de Gaia e ao Porto, que reparte o seu amor entre a família e as suas atividades profissionais e cívicas, procurando sempre encontrar o seu espaço na escrita. Preocupada com a transmissão de valores, tenta sempre deixar uma mensagem de esperança e de amor nos seus textos.

Como ela costuma dizer, a escrita é a memória futura que perdurará quando já não estivermos cá.”

 

Bibliografia

Publicações individuais

(2024). O fenómeno das flores inodoras. Vila Nova de Gaia: Editora Artelogy

(2023). O Quarteto Det do Colégio Invicta- o caso dos lanches desaparecidos. Vila Nova de Gaia: Editora Artelogy.

(2022). Vidas em devir (Edição bilingue). Vila Nova de Gaia: Editora Artelogy.

(2022). Contos Fabulásticos (Edição trilingue). Rio Tinto: Mosaico de Palavras Editores.

(2021). Dedilhando Poesia. Vila Nova de Gaia: Poesia Fã Clube.

(2012). Contos de Esperança. Rio Tinto: Mosaico de Palavras Editores.

(2011). Lendas e Histórias de Aguiar da Beira. Rio Tinto: Mosaico de Palavras Editores.

(2010). Aprender a Escrever, mecanismos de estruturação textual. Rio Tinto: Mosaico de Palavras Editores.

 

Publicação em coletâneas:

(2025) “Os alicerces do futuro”, “Um mundo melhor” e “Amar o próximo”, in Coletânea Um mundo melhor: o sonho que podemos realizar. Andrómeda Senlleira.

(2025) “Viver intensamente”, in Todo o Sal do Mar- coletânea Cordel D’Prata. Carnaxide: Cordel D’Prata

(2025) “Serenidade”, “Ode à vida” e “A leveza do ser”, in Um Quarto de Poesia. NoTag Editora

(2025) “A luz da Bondade”, “Bondade” e “Plenitude” in Alma LatinaColetânea de Autores Latinos no Mundo, vol. 6, coordenação José Maria Ramada. Braga: Oficina de São José.

(2025) “Fragmentos de amor”, in Três quartos de um amor. Lisboa: Chiado Books.

(2024) “O Encanto de Natal”, in Natal em palavras. Lisboa: Chiado Books.

(2024) “O caminho”, “Um caminho de felicidade e altruísmo” e “Em busca de ti”, in Coletânea Caminho-Décima Colectânea Internacional. Andrómeda Senlleira.

(2024) "Na última viagem", in Antologia Entre o sono e o sonho, vol. XVI. Lisboa: Chiado Books.

(2024) “Reencontro inesperado” in Olá Contos. NoTag Editora.

(2024) “Sê feliz” in Alma LatinaColetânea de Autores Latinos no Mundo, vol. 5, coordenação José Maria Ramada. Braga: Oficina de São José.

(2024) “Para ti, Mãe” in Antologia Minha Mãe- Vol. I. Lisboa: Chiado Books.

(2024) “Liberdade” in Antologia de Literatura Livre -Vol.III. Lisboa: Chiado Books.

(2024) “Meu amor” in Três Quartos de Um Amor. Lisboa: Chiado Books.

(2024) “Amor incondicional”, “Amor ou amizade” e “Saudades, meu amor” in Olá, Poesia 3. NoTag Editora.

(2023) “Despedida” in Antologia Entre o sono e o sonho, vol. XV. Lisboa: Chiado Books.

(2023) “Dor sem ti” in Fragmentos de Saudade-Antologia de Literatura Portuguesa- Vol. 1”. Lisboa: Chiado Books.

(2023) “Vida escolhida” in Alma LatinaColetânea de Autores Latinos no Mundo, vol. 4, coordenação José Maria Ramada. Braga: Oficina de São José.

(2022) “Um dia… quando” in Antologia Entre o sono e o sonho, vol. XIV. Lisboa: Chiado Books.

(2022) “Empatia”, “Realidade” e “Viver em resiliência”, in Poemas de Primavera. Editora Coruja Dourada.

(2022) “Bom viver” e “Ilusão do sentir” in Alma LatinaColetânea de Autores Latinos no Mundo, vol. 3, coordenação José Maria Ramada. Braga: Oficina de São José.

(2021) “A força da natureza” in Antologia Letras da Alma. Brasil: Editora Cyberus

(2021) “Não à violência” in Eles não vão nos calar. Brasil, Curitiba: Editora Persona

(2021) “Pandemia na Poesia” in Pandemia na Poesia- XXIX Prêmio Moutonnée de Poesia. Brasil: Salto: Mirarte Editora

(2021) “A esperança da democracia” in Antologia Entre o sono e o sonho, vol. XIII. Lisboa: Chiado Books

(2021) “Terra de encanto”, “Tempos difíceis” e “Livre para viver” in World Contemporary Anthology 2021- LER 365. Porto Alegre/ Lisboa: Edições 365.

(2021) “O mar da minha alma” in Antologia Alma de mar. Lisboa: Chiado Books

(2021) “À beira-mar” in Antologia- A poesia dos dois lados do Atlântico. Porto: Artelogy

(2021) “Aniversário” in Antologia Literare- edição Maio 21. Quirinópolis: Editora IGM 

(2021) “Enquanto há vida… há esperança” in Antologia Literare- edição Abril 21. Quirinópolis: Editora IGM 

(2021) “Maravilhosa natureza” in Antologia Intercontinental O Mundo é Poesia, organizador Gercimar Martins. Goiânia: Antologias Brasil.

(2021) “Profond regard”, “Aimer en silence”, “L’indifférence du présent”, “O teu legado”, “Esperança” e “Apenas o amor” in Segunda Antologia Escritores Eleutheros, Mar del Prata: Editorial Escritores Eleutheros

(2021) “Liberdade”, in II Volume da Antologia Liberdade. Lisboa: Chiado Books

(2021) “ Os dias não são sempre belos”, in Inventário dos Poetas Portugueses - Antologia do País da Poesia. Vila Nova de Gaia: Poesia Fã Clube

(2021) “Vida singela” in Antologia Escritores da Língua Portuguesa 7. ZL Books

(2021) “Nova Realidade” in Alma LatinaColetânea de Autores Latinos no Mundo, vol. 2, coordenação José Maria Ramada. Braga: Oficina de São José.

(2021) “E depois” in Antologia Literare- edição Janeiro 21. Quirinópolis: Editora IGM 

(2020) “Sonho” in Antologia Entre o sono e o sonho. Lisboa: Chiado Books

(2020). “Só o tempo” in Antologia RAÍZES DO CONHECIMENTO - POEMAS DO CORAÇÃO III, organizador Cláudio Mendes. Quirinópolis: Editora IGM

(2020). “Carpe diem” in Quarentena - Memórias de um país confinado, Lisboa: Chiado Books.

(2017). “O tolo e o rouxinol ” in A Arte pela Escrita Dez. Rio Tinto: Mosaico de Palavras Editores.

(2017). “Amar para Sempre” in Perdidamente II. Pastelaria Studios Editora

(2017). “Viver em Felicidade” in Deixa-me ser Poesia. Pastelaria Studios Editora

(2017). “A Marca” in Poemário 2017. Pastelaria Studios Editora

(2016). “O tempo passa, mas a amizade deve permanecer” in A Arte pela Escrita Nove. Rio Tinto: Mosaico de Palavras Editores.

(2015). “Amor de irmãos” in A Arte pela Escrita Oito. Rio Tinto: Mosaico de Palavras Editores.

(2014). “ O teu conhecimento é a tua riqueza” in A Arte pela Escrita Sete. Rio Tinto: Mosaico de Palavras Editores.

(2013). “Dia fatal” in A Arte pela Escrita Seis. Rio Tinto: Mosaico de Palavras Editores.

(2012). “Jorge Amado” in Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus – Homenagem ao Centenário de nascimento de Jorge Amado (1912-2012). Perse.

(2012). “Inspiração” e “O Coração” in A Arte pela Escrita Cinco. Rio Tinto: Mosaico de Palavras Editores.

(2011). “Uma Questão de Amor” in A Arte pela Escrita Quatro. Rio Tinto: Mosaico de Palavras Editores.

(2011). “Vida” in Prêmio Literário Valdeck Jesus de Almeida Poesia 2010. Giz Editorial.

(2011). “O Caminho da Vida” in Imagens da Nossa Memória. Rio Tinto: Mosaico de Palavras Editores.

(2010). “Ser clandestino” in A Arte pela Escrita Três. Rio Tinto: Mosaico de Palavras Editores.


terça-feira, 8 de abril de 2025

"A leitura como baluarte da consciência e como arma de luta"- in Jornal impressões da ESDJGFA

 

Texto que escrevi para o jornal escolar Impressões, para assinalar a Semana da Leitura que se comemorou de 31 de março a 4 de abril de 2025.

Bill Charmatz (pormenor) em http://osilenciodoslivros.blogspot.com

Mas... será que a leitura é ainda importante? Qual o seu papel numa sociedade cada vez mais tecnológica, onde a Inteligência Artificial ganha cada vez mais notoriedade?

 Pois bem, num mundo cada vez mais dominado pela fugacidade da informação e pela superficialidade do conhecimento, a leitura emerge como um instrumento fundamental na luta pela preservação do pensamento crítico e da autonomia intelectual. Longe de ser um mero passatempo ou uma atividade lúdica, o ato de ler configura-se como uma verdadeira arma na batalha contra a ignorância, a manipulação e o obscurantismo.

A leitura, enquanto prática sistemática e reflexiva, proporciona ao indivíduo um vasto arsenal de ideias, conceitos e perspetivas que lhe permitem analisar a realidade de forma mais profunda e multifacetada. Através dos livros, sejam eles obras de ficção ou de não-ficção, o leitor tem acesso a um manancial de conhecimentos que transcendem as barreiras do tempo e do espaço, permitindo-lhe estabelecer conexões entre diferentes épocas, culturas e correntes de pensamento.

Num contexto sociopolítico marcado pela proliferação de discursos simplistas e pela polarização ideológica, a leitura assume-se como um antídoto contra o dogmatismo e o sectarismo. Ao expor-se a diferentes pontos de vista e argumentos, o leitor desenvolve a capacidade de questionar as suas próprias convicções e de considerar perspetivas alternativas, fomentando assim um espírito de abertura e tolerância intelectual. Ademais, a leitura constitui um poderoso instrumento de resistência contra as forças que procuram limitar o acesso ao conhecimento ou impor narrativas hegemónicas. Num mundo onde a informação é frequentemente filtrada e manipulada por algoritmos e interesses corporativos, os livros oferecem um espaço de liberdade e autonomia intelectual, permitindo ao leitor explorar temas e ideias que podem estar ausentes ou sub-representados nos meios de comunicação.

A prática regular da leitura contribui ainda para o desenvolvimento de competências essenciais para a participação ativa e informada na vida cívica e democrática. Ao aprimorar a capacidade de compreensão, análise e argumentação, a leitura capacita os cidadãos para intervir de forma mais efetiva nos debates públicos e para exercer um escrutínio crítico sobre as ações dos poderes instituídos.

Por fim, importa salientar que a leitura, enquanto arma de luta, não se esgota na dimensão individual. O ato de ler e de partilhar conhecimentos adquiridos através dos livros pode ter um efeito multiplicador, contribuindo para a elevação do nível cultural e intelectual da sociedade como um todo. Neste sentido, a promoção da leitura e o acesso universal aos livros devem ser encarados como imperativos éticos e políticos, fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa, esclarecida e emancipada.

Em suma, num mundo cada vez mais complexo e desafiante, a leitura afigura-se como uma arma silenciosa, mas poderosa, na luta pela preservação da liberdade de pensamento e pela construção de um futuro mais luminoso e promissor.

Que cada livro seja, pois, uma trincheira na batalha pela emancipação intelectual e pela dignificação da condição humana.

                                                                                 


quarta-feira, 12 de março de 2025

3 poemas na antologia "Um Quarto de Poesia", da Notag.

 




Serenidade

 

No azul do céu brilha a luz do dia

A brisa suave sopra a tranquilidade

Na terra o sol ilumina a cidade

E a vida segue em sua melodia.

 

As flores coloridas trazem a alegria

O canto dos pássaros a cumplicidade

Os rios correm em serenidade

E a natureza em plena harmonia.

 

Que belo é este mundo em sua grandeza

Onde tudo se encaixa com perfeição

E a vida é vivida com delicadeza.

 

Que bom seria se a humanidade

Seguisse o exemplo da natureza em ação

Vivendo em paz, amor e fraternidade.


terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Poema “Fragmentos de amor”, in Três quartos de um amor, da Chiado Editora.

 

Mais uma participação numa antologia da Chiado.



Fragmentos de amor

Amar por inteiro ou em pedaços,
É a dúvida que arde nos meus braços.

 Será que o amor se faz inteiro,

Ou se fragmenta, se perde, se torna um beco estreito?

Amar por inteiro é um risco profundo,

É mergulhar no mar sem conhecer o fundo.

É dar-se sem reservas, sem esperar,
Fazer do outro a sua casa, o seu lar.

Mas há quem ame em pedaços, com cautela,
Que de cada parte, faz uma janela.

Vê no meio o limite do ser,
E sente medo de se perder.

Será que quem ama por inteiro ama mais?
Ou aquele que se divide conhece os seus ais?

O amor, seja como for, é chama e brisa,
Mas em cada forma, a alma se eterniza.

Então, amar por inteiro ou por metade,
São apenas maneiras de buscar a verdade.

No fim, o que importa é o querer,
E o quanto o coração se atreve a viver.




terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Balanço literário de 2024

 

Apesar de alguns percalços em 2024, posso afirmar que foi um ano bom para a minha produção literária.

Mais uma vez, muito obrigada a todos os que me têm acompanhado neste meu "caminho".

Desta forma,  publiquei:

O fenómeno das flores inodoras. Vila Nova de Gaia: Editora Artelogy.


Publicação em coletâneas:

“O Encanto de Natal”, in Natal em palavras. Lisboa: Chiado Books.

“O caminho”, “Um caminho de felicidade e altruísmo” e “Em busca de ti”, in Colectânea Caminho- Décima Colectânea Internacional. Andrómeda Senlleira.

“Na última viagem”  in Antologia Entre o sono e o sonho, vol. XVI. Lisboa: Chiado Books

“Reencontro inesperado” in Olá Contos. NoTag Editora.

“Sê feliz” in Alma LatinaColetânea de Autores Latinos no Mundo, vol. 5, coordenação José Maria Ramada. Braga: Oficina de São José.

“Para ti, Mãe” in Antologia Minha Mãe- Vol. I. Lisboa: Chiado Books.

“Liberdade” in Antologia de Literatura Livre -Vol.III. Lisboa: Chiado Books.

“Meu amor” in Três Quartos de Um Amor. Lisboa: Chiado Books.

“Amor incondicional”, “Amor ou amizade” e “Saudades, meu amor” in Olá, Poesia 3. NoTag Editora.

Participação em coletâneas digitais:

“A magia da poesia”, in Revista LiteraLivre , vol.08 , nº 48,  novembro/dezembro 2024.

“Hoje é o dia”, in Revista LiteraLivre , vol.08 , nº 47,  setembro/outubro 2024.

“Ser pai” in Revista LiteraLivre , vol.08 , nº 46,  julho/agosto 2024.

“Solidão” in Revista LiteraLivre , vol.08 , nº 45,  maio/junho 2024.

“Lágrima” in Revista LiteraLivre , vol.08 , nº 44, março/abril 2024.