Poema "Um dia... quando" na antologia de poesia portuguesa contemporânea XIV "Entre o sono e o sonho".

 

Um dia … quando

Quando na tua mente devastada

brotar a semente do reconhecimento

e o teu olhar alheio e perturbado

voltar a encontrar o seu caminho,

quando as vozes que te assombram

ficarem em silêncio para sempre

e ouvires somente cânticos de alegria,

quando o tempo de amar

voltar a bater à tua porta

depois de tão longa ausência,

nesse dia …

os teus medos e a tua loucura

desaparecerão para dar lugar

ao sonho e à esperança,

onde o rumo natural da vida

continuará a traçar o seu caminho

e a felicidade tão almejada

regressará para coroar o teu ser.

Nesse dia... voltarei a estar em paz.

Poema "Tempo de voar", na antologia "A literatura e a vida humana", do COLEI

 

A literatura e a vida humana

Tempo de voar

Não sei se rio ou se choro

neste adeus aos meus dias de infância.

Tempo vivido num paraíso efêmero

onde a flor insurge-se já queimada pelo olhar do sol,

onde a aurora foge e é tempo de acordar.

 

Tentei em vão perpetuar este tempo,

Impedir as minhas asas da sua vontade de voar

Mas o vigor do meu coração rugiu dizendo:

“Hoje é o dia! "

 

Chegou a hora de dizer adeus à inocência,

de aceitar o meu destino e a minha condição

sabendo que o amanhã trará a incerteza,

onde talvez a felicidade seja só uma quimera.

 

Hoje é o dia!

De escrever uma nova história,

de encarar outros novos desafios,

provavelmente, turbulentos e tenebrosos,

mas, incontestavelmente, repletos

de novas experiências e de vida!